quarta-feira, 30 de junho de 2010

População em risco!

Desenho, recorte e colagem de Paulo Amaro



A população brasiliense demorou quase quatro anos para perceber que a tal mudinha de arruda plantada, não daria fruto algum, nem mesmo cresceria ao ponto de fazer uma sombrinha, decidiu então arrancá-la do solo. Todos achavam que estavam arrancando o “mal pela raiz”, mas, mal sabem que o mal (Já dizia Genival Oliveira Gonçalves) ainda está no domínio de um infeliz, cujo nome se rima, não se diz.

Minha avó dizia que arruda exalava um cheiro forte, que seu chá acalmava e que se colocada em cima da orelha, até espantava o negativismo e o mau-olhado, mas, em Brasília, o efeito da planta não foi o mesmo. Acho que a população até associou as características da planta à pessoa, pois somente isso pode justificar o cargo confiado ao dito cujo.

Planta arrancada do solo e o que restou? Restaram apenas buracos! Buracos na educação, buracos na saúde (principalmente os buracos que ficaram nos braços das enfermeiras). Sem falar nos buracos - chamados também de “melhorias”- nas principais vias de acesso à capital do país. Tanto faz pegar EPTG, EPNB ou Estrutural. O Trânsito vai ser sempre igual, só muda nome e endereço mesmo!

Pra completar, nessa última semana, Brasília virou de cabeça para baixo com a greve dos rodoviários. De um lado, rodoviários que reivindicaram melhor qualidade, segurança e a valorização do trabalho com aumento salarial. Do outro, o "coitado" do empresário que se defende dizendo que existe um buraco em seu orçamento e aumento de salário para os rodoviários, só aumentando a passagem dos otários.
A mídia também joga limpo, colocando a população contra os trabalhadores em greve e assim, mais uma vez, presenciamos povo contra povo. Aqueles que saíram de casa para trabalhar, acabaram se arriscando em lotações piratas, ônibus sem janelas, carros sem proteção e preços abusivos cobrado nestes transportes (Será que quem dirigia o carro que eu peguei era o Wagner Canhedo??).
Para não correr o risco de perder emprego ou até mesmo se deparar no fim do mês com um buraco no orçamento, a população que mora fora do avião passou por uma verdadeira prova de fogo. Foram tantos os buracos acumulados ao longo desses 50 anos, que fica até difícil não correr risco de cair em um deles. Agora só nos resta torcer para que ninguém plante novamente mudas de arrudas nas crateras que ficaram.

Por Paulo Amaro